Foto de um vaso vermelho de plantas com um cifrão em cima com vários galhos, simulando uma planta. Este vaso está em cima de uma mão.

Economia Regenerativa: Um Novo Paradigma para a Sustentabilidade Econômica

Autora: Bruna Vilela Aubert

Em meio aos desafios globais de mudanças climáticas, degradação ambiental e desigualdade social, torna-se cada vez mais evidente que precisamos repensar e redesenhar o sistema econômico em que vivemos. A busca por alternativas mais sustentáveis e resilientes tem levado ao surgimento de um novo paradigma econômico: a economia regenerativa.

Enquanto o modelo linear de economia tradicional (extrair-produzir-descartar) se baseia na exploração de recursos naturais e na maximização dos lucros a curto prazo, a economia regenerativa adota uma abordagem circular, em que os recursos são utilizados de maneira eficiente, os resíduos são minimizados e os materiais são reintegrados no sistema produtivo. A abordagem circular possui três princípios fundamentais: restaurar os recursos naturais, construir capital social e fomentar a prosperidade econômica.

A restauração de recursos naturais visa a recuperação de ecossistemas degradados, incentivando o uso eficiente de matéria prima, a reciclagem e a redução do desperdício, a fim de preservar os estoques e minimizar o impacto ambiental. Isso pode incluir o reflorestamento, a restauração de ecossistemas marinhos e práticas agrícolas sustentáveis como a agricultura orgânica, agroflorestal e a rotação de culturas, que melhoram a saúde do solo, aumentam a biodiversidade e reduzem a dependência de insumos químicos.

O segundo princípio, construir capital social, reconhece que as comunidades são a base de economia, reconhecendo que a prosperidade econômica não deve ser alcançada às custas de exploração de trabalhadores ou de comunidades vulneráveis. É necessário fortalecer os laços sociais, promovendo equidade, estimulando a distribuição equitativa dos benefícios econômicos, implementar relações comerciais justas e transparentes, incentivar a cooperação e a colaboração entre empresas, governos e sociedade civil, além de fornecer o acesso a oportunidades econômicas e serviços básicos como educação e saúde.

A economia regenerativa vai além da ideia de sustentabilidade, pois não se trata apenas de minimizar os impactos negativos e promover equidade social como também busca fomentar a prosperidade econômica. Isso implica em repensar os modelos de negócio, incentivar a inovação e adotar tecnologias limpas e eficientes, valorizando a criação de valor compartilhado, na qual as empresas buscam gerar benefícios não apenas para si mesmas, mas também para as comunidades e o meio ambiente em que estão inseridas.

A transição para uma economia regenerativa não será fácil, requer uma mudança de mentalidade e uma reestruturação profunda dos sistemas econômicos e sociais existentes, mas é uma jornada necessária para garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.

A fim de impulsionar a transição para uma economia regenerativa, é necessário o envolvimento e esforço de diversos atores, como governos, empresas, organizações da sociedade civil e comunidades. São necessárias políticas que incentivem práticas sustentáveis, investimentos em pesquisa e desenvolvimento, e criação de parcerias colaborativas para enfrentar os obstáculos de implementação. No entanto, os benefícios a longo prazo superam os desafios, pois a economia regenerativa pode levar a um crescimento econômico sustentável, a uma maior resiliência aos desafios ambientais e sociais, e a uma melhoria geral na qualidade de vida das pessoas. É uma resposta às limitações do modelo econômico tradicional e uma alternativa viável para enfrentar os desafios urgentes da sustentabilidade.

Fonte: https://www.folhavitoria.com.br/economia/blogs/economia-circular/2020/12/28/o-que-e-economia-circular/

Sobre a autora: Bruna é voluntária da Bem Gasto e trabalha como Analista de Planejamento Financeiro. No tempo livre gosta de curtir sua família e viajar.

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