Autor: Erivan de Lima Silva
Introdução:
Criada em 1861 pelo imperador Dom Pedro II, na Caixa Econômica Federal, a poupança é, de longe, o investimento mais popular e antigo do Brasil. A ideia da poupança era oferecer às pessoas acesso a uma opção de investimento seguro e que se adequasse a diferentes perfis, desde aqueles de dispunham de pequenas quantias até grandes investidores.
Caderneta de Poupança:
A poupança é considerada um instrumento de renda fixa que prevê o pagamento de rendimento aos investidores com base em regras pré-definidas. Ela possui rentabilidade mensal, o que significa que paga juros somente uma vez por mês – no caso de pessoa jurídica, a remuneração é trimestral. Este pagamento é feito no dia do aniversário da aplicação, exemplo: se o investidor colocou o dinheiro na poupança no dia 10 de fevereiro, receberá sua rentabilidade no dia 10 de março e nesse mesmo dia nos meses subsequentes.
Outro ponto importante referente a rentabilidade é que a remuneração se dá pelo menor saldo do período. Exemplo: investidor aplica R$1000 no dia 10 de fevereiro, porém no dia 07 de março ele precisa sacar R$300 – os juros que serão pagos no dia 10 de março incidirão sobre os R$700 restantes, sendo este o menor saldo do período. Caso o investidor realize o resgate do valor total, nada irá receber a título de remuneração. Com este exemplo fica claro que a poupança possui liquidez diária, em outras palavras, é possível resgatar o dinheiro a qualquer momento
No que se refere aos rendimentos, há uma regra bem específica que varia conforme a taxa Selic. Se a Selic estiver acima de 8,5%a. a, a poupança rende 6%a.a + TR; caso esteja abaixo, o rendimento é de 70% da Selic + TR. Essa regra é válida para depósitos realizados após 03 de maio de 2012, os que foram feitos antes desta data possuem rendimento de 0,5% a.m + TR – a T.R é zero desde 2017. Vale ressaltar que a poupança é isenta de imposto de renda e IOF para pessoa física, além de contar com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
Dados do Banco Central apontam uma retirada líquida de cerca de R$103,237 bilhões da poupança no ano de 2022, a maior desde o ano de 2015, o que pode indicar uma mudança no pensamento de parte dos brasileiros com relação as opções de investimentos e em quais ativos alocar seus recursos.
Conclusão:
A intenção deste artigo não é provar que a poupança é uma opção boa ou ruim, mas sim trazer clareza para uma melhor tomada de decisão por parte do investidor. Agora que já sabemos todas estas informações, vale uma reflexão se ainda é interessante deixar os recursos na caderneta de poupança ou buscar outras soluções com melhor relação risco e retorno.
Sobre o autor: Erivan é voluntário da Bem Gasto e Gerente de Relacionamento em uma instituição financeira. No tempo livre ele gosta de ler, estar com a família e jogar futebol.
