Autora: Camilla Magrini
A alta nos preços dos alimentos e nas contas de consumo – destaque para a energia elétrica – vem fazendo muitas famílias se desdobrarem para pagar as contas em dia, colocar comida na mesa e não ultrapassar o orçamento do mês.
Vale destacar que a prévia da inflação de preços no Brasil mostrou que os alimentos e as bebidas saltaram 1,38%, alta influenciada principalmente pela alimentação em domicílio, cuja taxa passou de 1,51%, em setembro, para 1,54%, em outubro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A mesma prévia ainda mostrou que a disparada no preço da energia elétrica (3,91%) representou o maior impacto individual sobre a inflação.
Em períodos de retração da economia, desemprego e de inflação alta, qualquer economia é muito bem-vinda
E nessa hora não tem segredo: é preciso reunir a família para falar sobre o orçamento, cortar gastos e buscar alternativas para manter o orçamento em dia.
A seguir, confira algumas dicas para te ajudar nessa tarefa:
Todos devem participar
Alguns pais acabam não transferindo para os filhos a situação financeira por achar que o assunto “é coisa de gente grande” ou que pode prejudica-los de alguma forma. Ledo engano.
Chame a família e mostre o que está acontecendo da forma mais clara e objetiva possível. Apresente o rendimento mensal de todos (se mais de um membro trabalhar), os gastos e tracem um plano de ação para reduzir ao máximo as despesas.
Faça uma planilha
Anotar o que entra e sai de dinheiro todo mês é o primeiro passo para fazer um planejamento financeiro. Ao visualizar com clareza os rendimentos e os gastos da família, com certeza vocês vão identificar o que está sendo desperdiçado e “as gorduras” que podem ser cortadas.
Não adianta anotar de forma genérica, por exemplo, cartão de crédito, supermercado, telefone. É preciso detalhar para ter uma visão geral dos gastos. Ao fazer isso, você pode identificar que a família está gastando muito com Uber ou comprando guloseimas demais e é possível corrigir esta equação.
Compras de supermercado
Não saia de casa antes de fazer um inventário de tudo o que tem no armário e na geladeira para não comprar desnecessariamente. Também é imprescindível fazer uma lista do que realmente precisa para evitar gastos desnecessários.
Não hesite em trocar a marca de um produto por outra se o preço estiver muito elevado. Há opções mais em conta e com a mesma qualidade nas prateleiras dos supermercados. Só basta criar coragem e testar.
Uma pesquisa feita pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados) aponta que a simples substituição de marcas pode reduzir o valor da compra pela metade. Vale a pena conferir.
Aproveite os dias de promoções das grandes redes e programe suas compras. Normalmente há opções muito atrativas nesses dias.
Outra dica é não comprar todos os produtos na mesma loja. Sempre há ofertas distintas nas redes. Vale a pena acompanhar os preços e dividir a sua compra em duas etapas.
Conta de luz
Para não se assustar com o valor da conta de energia elétrica no fim do mês, é preciso ter muita disciplina. Evite a proximidade da geladeira com o fogão ou com áreas expostas ao sol para reduzir o consumo de eletricidade.
Especialistas também recomendam para não abrir a geladeira toda hora e não deixar a porta aberta por um longo período.
Os banhos devem ser mais curtos e, quando possível, use na posição de menor potência nas épocas quentes. A posição de maior potência consome normalmente 30% a mais energia.
Programe o uso da máquina de lavar e do ferro de passar para uma ou duas vezes na semana. Ao ligar os dois muitas vezes, o consumo no fim do mês será muito maior. Se você caprichar na hora de estender a roupa no varão (um cabide pode ajudar), ela pode até ser guardada sem passar.
Aproveite ao máximo a iluminação natural para não gastar energia. Também não se esqueça de apagar a luz assim que deixar um ambiente.
Muita gente não sabe, mas os eletrodomésticos consomem energia se forem mantidos na tomada mesmo desligado. Assim que acabar de utilizá-lo, desconecte e verá o resultado no fim do mês. A dica vale para eletrodomésticos, micro-ondas, máquina de lavar, entre outros.
Sobre a autora: Camila é voluntária da Bem Gasto, economista, mestre em Economia pela PUC-SP, com experiência de 16 anos em finanças empresarial e sócia fundadora da CR Moving (esse artigo também está postado na página da CR). No tempo livre ela gosta de cultivar plantas, ir à restaurantes, fazer viagens, encontrar amigos e ficar com a família.
