Dicas de educação financeira para crianças

Autora: Inês Bruno

A emoção de ter um filho é única! Planejado ou não, a notícia traz aos pais um impacto de emoções e mudança de mentalidade. O ideal é se planejar financeiramente. Afinal, um bebê não é só leite e fraldas.

Ter um filho gera um gasto maior de água, energia elétrica, supermercado, plano de saúde, creche, ou o deslocamento para a casa da avó, impactando o combustível. Como se organizar financeiramente face a essa nova configuração do orçamento familiar, é um papo para outra postagem.

4 dicas de como ensinar comportamentos que vão melhorar a educação financeira de seu filho.

Aprender a dizer NÃO

Como pais, a gente tem muito amor e não queremos frustrar nossos pequeninos. Porém, as crianças necessitam vivenciar a frustração de não ter tudo na hora. Elas aprendem a ter garra e resiliência diante de dificuldades, além de ser importante para suas formações.

Educação financeira também é o cuidado com o brinquedo

Ensine que para ter aquele brinquedo a mamãe e o papai trabalharam (sem peso nas palavras, já que trabalhar é algo natural).

Aqui também entra o compartilhamento com os irmãos e os amiguinhos. Conheço famílias que compram o mesmo brinquedo para cada filho para que eles não briguem. Eles necessitam exercer essa disputa saudável. Isso é fundamental para a formação do relacionamento com o outro e com o mundo lá fora.

Ensinar desde cedo a fazer escolhas

Exemplo: “Quero essa canetinha! Quero sorvete!” Cabe a nós explicarmos que naquela hora ali, o dinheiro não poderá comprar as duas coisas. A criança terá que fazer a escolha. Essa mesma linguagem a gente vai adaptando de acordo com a idade.

Quero pedir muita atenção quando for falar das escolhas e da justificativa do dinheiro. Nunca diga ao seu filho: “não vou comprar esse sorvete porque é caro. Somos pobres”. Ou: “está pensando que dinheiro dá em árvore?”

Procure falar: “não podemos comprar isso por enquanto; vamos conseguir mais à frente.”

Planejamento dos gastos para crianças

A partir dos 6 anos, já na alfabetização, pode ser planejado um dinheiro por semana (como ferramenta de educação, e não DEVE ser atrelada a tarefas de casa que é uma obrigação). Ajudar a guardar as compras, ajudar a arrumar as gavetas, arrumar seus brinquedos. Isso é uma obrigação.

Nessa idade a criança ainda não tem uma noção grande do tempo. No início, ela poderá gastar tudo. Não se preocupe, pois aos poucos ela perceberá que o dinheiro é finito e que só terá dinheiro de novo na outra semana. Ela aprenderá que terá que fazer escolhas entre as guloseimas e um joguinho. Se quiser o joguinho, vai ter de guardar a semanada por um tempo.

Dica bônus

E se os filhos não tiveram contato com a educação financeira até a idade de 8 ou 9 anos? Como fazer eles entenderem?

Converse sobre como vocês, pais, estão aprendendo a lidar com o dinheiro de uma forma diferente, que estão se sentindo melhor desse novo jeito e por isso gostariam da colaboração deles.

Peça para colocarem um sonho para a família realizar junto. Pode ser uma viagem, por exemplo. Todos podem contribuir diminuindo o consumo de luz com banhos mais rápidos, levando lanche para a escola ao invés de comprar e desligando a luz quando não tiver ninguém no ambiente.

Transforme esse sonho da viagem em família em uma meta, com data para acontecer!

Todos nós precisamos aprender que o dinheiro é um recurso finito e que devemos ter metas com o dinheiro. Entender que o ele é um meio de ter conforto, realizações e experiências positivas. Seja o exemplo para seu filho!

Sobre a autora: Inês é Educadora e Planejadora Financeira e Sócia da CSIB Finanças. Ela adora viajar, se exercitar, dançar ballet, ler e ouvir música.

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