Guia definitivo para renda fixa e renda variável

“Renda fixa é fixa?” e “Renda variável varia?”
Explicando as principais dúvidas sobre esses tipos de investimentos.

Autora: Marilise Andrade

Quem nunca escutou essas duas expressões? Será que elas possuem fundamento e que investir em renda fixa é sinônimo de retornos apenas crescentes, sem qualquer oscilação? Ou, investir em renda variável significa olhar a tela do homebroker da corretora a cada minuto, com excessivas preocupações?

Quando analisamos o mercado de renda fixa no Brasil, temos diferentes produtos de investimentos disponíveis em variadas instituições financeiras e corretoras. Ao longo dos últimos anos, o acesso a esses produtos, que antes eram destinados apenas a investidores com alto poder aquisitivo, tem sido cada vez mais democratizado.

Com tantas opções disponíveis, como começar?

Depende. É importante considerar quais são os seus objetivos para esse investimento, sua aversão ao risco, o prazo que pretende manter o seu patrimônio aplicado em um produto financeiro, entre outras informações importantes. Vamos começar explicando a renda fixa e depois partiremos para a variável.

Renda Fixa

Aqui temos duas modalidades:

  • Títulos públicos federais: dívida pública emitida pelo Governo e comercializada pelo programa do Tesouro Direto.
  • Títulos privados, emitidos por instituições financeiras ou empresas.

Quando pensamos em renda fixa, podemos associar o investimento a previsibilidade. Já sabemos quanto teremos de retorno sobre o investimento ou fazer projeções. Para isso, destaco os principais indicadores:

  • %CDI
  • Taxa pré-fixada
  • Indexado ao IPCA+

Os títulos atrelados ao % CDI sempre acompanharão a decisão do COPOM (Comitê de Política Monetária) em relação a taxa SELIC, ou seja, caso decidam aumentar a taxa de juros no país, a aplicação renderá mais; caso reduzam a taxa, a aplicação renderá menos. Os títulos pré-fixados garantem a previsibilidade do retorno, pois já sabemos de imediato a que taxa o investimento será remunerado. Títulos indexados ao “IPCA +” garantem a inflação do período e a contratação de uma taxa pré-fixada. Esse título também é conhecido como híbrido, por ter dois indicadores de retorno.

No programa do Tesouro direto, temos três principais modalidades

  • Tesouro Pré-Fixado
  • Tesouro Selic
  • Tesouro IPCA+

Cada uma das modalidades se enquadra em objetivos diferentes e em momentos diferentes. Dê uma olhada no site do Tesouro Direto e conheça todas as opções e taxas, que variam diariamente.

Para aplicações em renda fixa privada é possível encontrar os títulos emitidos pelas instituições financeiras, como:

  • LCI/LCA: referentes ao mercado imobiliário e ao agronegócio
  • CDBs: é a forma que o banco utiliza para captar recursos que financiem as suas atividades de crédito
  • Letras de câmbio: também utilizada pelas instituições financeiras para captarem recursos que financiem suas atuações, e até mesmo a poupança.

No caso dos títulos privados, temos:

  • Debêntures: títulos de dívida privada
  • CRI/CRA: envolvem operações no mercado imobiliário e ao agronegócio e todos eles poderão ser pós-fixados, pré-fixados ou indexados a inflação.

Em suma, há diferentes possibilidades. Contudo, investir em renda fixa poderá garantir boa rentabilidade, previsibilidade e maior segurança.

Agora aumentemos um pouco o risco do investimento (e possibilidade de retorno) e vamos explicar a renda variável.

Renda Variável

O universo da renda variável possui algumas características diferentes, mas os fundamentos são os mesmos. O investimento sempre dependerá de seus objetivos, sua aversão ao risco, o horizonte em que pretende manter o investimento e algumas estratégias específicas, como o acompanhamento mais apurado do mercado ou setor no qual o investimento será realizado.

A forma mais conhecida de se investir em renda variável é por meio de ações na bolsa de valores. Uma ação é a menor parte de uma empresa. O investidor que adquire uma ação torna-se acionista da empresa, podendo participar de seus lucros. Contudo, diferente da renda fixa, aqui não temos tanta previsibilidade, projeção de retorno e taxas pré acordadas. O desempenho da ação está condicionado ao desempenho financeiro da empresa e as condições de mercado.

Além das ações, é possível investir em outros segmentos como:

  • Derivativos: Como o nome mesmo já diz, deriva de outros ativos, como as commodities)
  • Câmbio
  • Taxas de juros, etc…
  • Fundos de investimentos atrelados a renda variável

Esse mercado requer maior atenção no acompanhamento diário e estratégias bem definidas, além de muito estudo e dedicação, pois a volatilidade (oscilação) é mais alta.

Em contrapartida, o retorno poderá ser mais interessante, em relação a renda fixa. Afinal, quanto maior é o risco do investimento, mais retorno queremos sobre ele, não é mesmo?!

Renda fixa x renda variável

Resumindo, os investimentos em renda fixa são aqueles que sabemos o quanto vamos receber lá na frente, ou ao menos projetar. Já na renda variável não temos essa garantia. Podemos ganhar, perder ou ficar no zero a zero. Entretanto, a possibilidade de ganho expressivo em um curto espaço de tempo é maior.

Portanto, é importante que conheça o seu perfil de investidor(a) e sempre aplique considerando essa análise, para que não corra muito risco e não seja extremamente conservador(a), se frustrando com o retorno de suas aplicações financeiras.

Sobre a autora: Marilise Andrade é economista, profissional certificada pela ANBIMA e aventureira nas horas vagas.

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